A AUTORIDADE DA BÍBLIA - CURSO BÍBLICO (LIÇÃO 6)

 POR RODRIGO HENRIQUE


Texto Áureo: "Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do Senhor" - Salmos 119.1

A Bíblia é a santa, poderosa e infalível Palavra de Deus. Não há outro livro, nem um sequer, que se assemelha à majestosa e gloriosa verdade das Escrituras. Constituindo 66 livros, a Bíblia foi produzida ao longo de 1.600 anos por cerca de 40 escritores de épocas, locais e culturas diferentes. Ressalta-se que tais homens foram apenas os escritores dos textos sagrados, mas o autor é apenas um, que é Deus.

Deste modo, a Bíblia se mostra autêntica, inerrante e poderosa. Podemos afirmar, portanto, que a autoridade das Escrituras está exatamente em sua origem divina. A fim de aprofundarmos mais, iremos discorrer, nesta lição, acerca da origem, autenticidade e mensagem da Bíblia; a nossa única regra de fé e prática. Caso não tenha lido a Lição anterior, clique aqui.

Na Lição de hoje iremos estudar:

I - A Origem da Bíblia;
II - Inspiração e Revelação;
III - A Revelação Geral e Especial; e
IV - Evidências da Autenticidade Bíblica.


I - ORIGEM DA BÍBLIA

O apóstolo Pedro declara que nenhuma profecia da Escritura foi produzida por homem algum, mas estes falaram inspirados pelo Espírito Santo: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" - II Pedro 1.20,21

Inspiração indica "a influência sobrenatural do Espírito Santo, como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e a transmitir a mensagem divina, sem mistura ou erro".¹ Podemos confiar, desse modo, na exatidão da Palavra de Deus.

Afinal, conforme escreveu o apóstolo Paulo: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra" - II Timóteo 3.16,17

Não o bastante, a própria Bíblia reivindica para si a inspiração divina. A título de exemplo, salta aos olhos o fato de que a expressão "Assim diz o Senhor" e outras semelhantes ocorrem mais de 3.800 vezes ao longo de seus 66 livros, além de outras expressões equivalentes.


II - INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO

Quanto à inspiração, já vimos tratar-se da operação sobrenatural do Espírito Santo guiando os escritores bíblicos a fim de que escrevessem não as suas próprias palavras, mas a santa e inerrante Palavra de Deus. Revelação, porém, é uma palavra grega (apocalypsis) cuja origem resulta do verbo “apocalypto”, que se traduz por “revelar”“descobrir”, "descortinar".

Nesse sentido, "revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas que o homem por si só não podia jamais saber. Exemplos disso encontram-se em Daniel 12.8 e I Pedro 1.10-12. [...] Exemplos de partes da Bíblia que foram concedidos aos seus escritores por meio de revelação incluem:

a) Os primeiros capítulos de Gênesis. Como escreveria Moisés sobre um assunto anterior a si? (...);

b) José ao interpretar os sonhos de Faraó (Gn 40.8; 41.15,16,38,39);

c) Os escritos do apóstolo Paulo. Ora, Paulo não andou com o Senhor Jesus, pois nEle creu por volta do ano 35 d.C. Porém, em suas epístolas, ele nos conduz às profundezas do ensino doutrinário (...). Como teve o apóstolo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo no-lo diz em Gálatas 1.11,12 e Efésios 3.3-7: por revelação!"²

Conforme citado: "Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" Gálatas 1.11,12

"Como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são coerdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder" - Efésios 3.3-7

Não há, portanto, mistério oculto nos escritos neotestamentários. O mistério já foi revelado e consta em todo o Novo Testamento, para que venhamos a conhecê-lo, basta lermos a Palavra de Deus. Conforme Paulo, o mistério já está manifestado pela revelação "como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo". Assim, enquanto o Antigo Testamento é rico em sombras, tipos e figuras, o Novo Testamento nos mostra, de maneira muito bem-sucedida, a revelação do que dantes estava oculto.


III - A REVELAÇÃO GERAL E ESPECIAL

Ora, "como Deus é infinito e os seres humanos são finitos, se estes quiserem conhecer a Deus, tal conhecimento deverá ocorrer pela iniciativa do próprio Deus em se revelar".³ Nesse sentido, Deus se revela, ou seja, dá-se a conhecer através da revelação geral e da revelação especial.


REVELAÇÃO GERAL

a) Na história. 

Através da história Deus tem revelado Sua soberania. É Ele quem estabelece e remove reis, além disso, dá sabedoria e ciência aos sábios e inteligentes. "Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes" - Daniel 2.20,21

Deus é o detentor do domínio sobre o reino dos homens e isso evidencia-se  também em Daniel 4.24,25, que diz: "(...) ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor: serás tirado de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer".

Nesse mesmo sentido nos diz o apóstolo Paulo que "toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus" - Romanos 13.1

Assim também declarou-nos Jesus: "Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado" - João 19.10,11

b) No universo. 

Deus tem revelado sua existência, eterno poder e divindade por meio da Sua obra criada: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis" - Romanos 1.18-20

Adauto Lourenço observa, neste sentido, que "as leis da natureza, por exemplo, não mudam. Portanto, uma das características delas é serem eternas. As leis da natureza, eu não consigo pegá-las, então elas são transcendentes. Todas as características que encontramos nas leis da natureza, também encontramos no Deus das Escrituras. Isso atesta o fato de que Ele é o autor destas leis.

Além disso, ao analisarmos a natureza de uma forma geral, podemos observar outras evidências de quem é o Criador. Por exemplo: o tempo é passado, presente e futuro (três em um); o espaço é largura, altura e profundidade (três em um); dentro dos átomos temos prótons, nêutrons e elétrons (três em um); na base dos prótons e dos nêutrons encontramos três quarks em cada um deles (três em um); estados básicos da matéria são sólido, líquido e gasoso (três em um); quem estuda música analisa a melodia, harmonia e ritmo, ou seja, encontramos 'três em um' em todo lugar. De onde vem a ideia de três em um?"⁴ Da Bíblia cristã: O Pai, Filho e Espírito Santo.

O salmista também observa que "os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" - Salmos 19.1


REVELAÇÃO ESPECIAL

A revelação especial é a própria Palavra de Deus: seja ela escrita ou encarnada na pessoa de Jesus. Assim, Deus se revelou a humanidade de um modo especial. É na Palavra de Deus (Bíblia) que encontramos o conhecimento acerca da origem de todas as coisas, da queda do homem e da necessidade de salvação.

A Bíblia nos guia, instrui, aconselha e nos faz sábios para a salvação (II Tm 3.15-17). Ela é, de fato, a lâmpada para os nossos pés e a luz para o nosso caminho (Sl 119.105). Através das Escrituras nós compreendemos qual é a vontade de Deus para conosco e aprendemos como devemos agir. Tal revelação não é evidente na história nem no universo, mas é clara em todos os 66 livros da Bíblia.

Daí o fato de entendermos ser a Bíblia uma revelação especial da parte de Deus para com o ser humano.


IV - EVIDÊNCIAS DA AUTENTICIDADE BÍBLICA

Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus. Trata-se de uma questão de fé, no entanto, algumas evidências podem ser enumeradas. A harmonia, unidade e consistência das Sagradas Escrituras, bem como o cumprimento fiel das profecias e o testemunho do Espírito Santo na vida do crente apontam para a sua autenticidade. 

Mas não somente isto. A Bíblia transforma o homem e influência as pessoas, ao longo dos séculos ela tem exercido um papel benéfico em toda civilização. Há também evidências externas que lhe trazem autenticidade. Por vezes os eventos narrados na Palavra de Deus são confirmados por outras fontes históricas. Tais comprovações atestam, também, a inerrância da Palavra. 

A estela de granito de Merneptah, um achado arqueológico, confirma que um povo conhecido como Israel definitivamente habitou e desenvolveu hábitos agrícolas em Canaã por volta de 1.213 a.C. Também encontramos "Joacaz de Judá" sendo mencionado numa inscrição cuneiforme, nela Acaz paga tribuos a Tiglate-Pileser III, da Assíria. Acaz foi o 13.º rei de Judá e o encontramos enviando presentes ao rei assírio no livro de II Reis cap. 16, versos 7 e 8.

Além disso, há inúmeros outros achados arqueológicos como estes que evidenciam a autenticidade e veracidade acerca do que a Bíblia diz. 


CONCLUSÃO

A Bíblia não é um livro comum, sua origem é divina. Deus, o criador do universo, em seu amor e bondade se deu a conhecer através da história, da natureza e também por meio de Sua Palavra. Cremos e apontamos evidências que atestam a autenticidade bíblica; a Palavra de Deus é autoridade final para nossa regra de fé e de prática.

Valorizemos, portanto, esse majestoso livro de Deus.


Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!


REFERÊNCIAS

¹ GILBERTO, Antônio. Bibliologia I - Introdução ao Estudo da Bíblia. EETAD, p. 31. 
² GILBERTO, Antônio. Bibliologia I - Introdução ao Estudo da Bíblia. EETAD, p. 33 e 34.
³ ERICKSON, Millard. Teologia Sistemática. Vida Nova, 2015, p. 140. 
⁴ LOURENÇO, Adauto. Programa Vejam Só! Três em Um. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=4BeW6m-V8uQ >.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras. Revista de Lições Bíblicas da CPAD, 1º Trimestre de 2022.
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD, 2022. 

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