INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA - CURSO BÍBLICO (LIÇÃO 7)

 POR RODRIGO HENRIQUE


Texto Áureo: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça" - II Timóteo 3.16

A Bíblia não contém a Palavra de Deus, a Bíblia é a Palavra de Deus. Nesse sentido, as Escrituras Sagradas foram inspiradas pelo Espírito Santo e não há, em seu conteúdo, nenhuma contradição ou erro. Desse modo, seus 66 livros constituem a única revelação escrita de Deus para a humanidade; a Bíblia é nossa única regra de fé e prática.

Na Lição anterior (clique aqui para ler) vimos que a autoridade da Bíblia está exatamente em sua origem divina. Segundo o saudoso pastor Antônio Gilberto, "o que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (Jó 32.8; II Tm 3.16; II Pe 1.20,21). É devido à inspiração divina que ela é chamada a Palavra de Deus [...]

- Que vem a ser 'inspiração divina'? - Para melhor compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do ar que temos fôlego para falar. Daí o ditado 'Falar é Fôlego'. Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração.

Pois bem, Deus, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles o seu Espírito! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro".¹

Nesta Lição iremos estudar:

I - A Doutrina da Inspiração Bíblica; e
II - Os Escritores da Bíblia.


I - A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO BÍBLICA

É interessante destacar que a própria Bíblia reivindica ser a Palavra de Deus. Expressões do tipo "Assim diz o Senhor" e outras similares aparecem no texto sagrado mais de 3.800 vezes. "Ao receber a revelação no Monte Sinai, Moisés 'escreveu todas as palavras do Senhor' (Ex 24.4). Jeremias foi advertido: 'não esqueças nem uma palavra' (Jr 26.2).

No texto do Novo Testamento, Paulo disse que usava as palavras 'que o Espírito Santo ensina' (I Co 2.13). João assegura que o Senhor lhe revelou 'coisas que brevemente devem acontecer' (Ap 1.1). E o Senhor Jesus asseverou que até os sinais diacríticos do texto hebraico eram inspirados: 'nem um jota ou um til se omitirá da lei' (Mt 5.18)".² 

Os sinais diacríticos citados por Jesus são sinais gráficos que alteram a fenologia da palavra. "O jota representa a menor letra do alfabeto hebraico, o yodh, que se parece muito com o apóstrofo. Ele também corresponderia à menor letra grega, iota. O til era o 'chifre' (ou 'acento') sobre algumas letras hebraicas que as distinguiam de outras. Estas distinções são frequentemente tão pequenas, que é necessário olhar bem de perto para se ter certeza de qual letra se trata.

A contraparte moderna é muito bem expressa na tradução de Goodspeed: 'Nem um pingo no i ou a linha que corta o t serão removidos da Lei até que tudo seja cumprido'."³ Com isso, aprendemos que cada detalhe da Escritura é essencialmente importante. Nada pode ser desprezado, nem mesmo os sinais diacríticos. Nenhuma palavra ou expressão fora utilizada por mera opção ou estética, mas cada uma delas consta da forma como se encontra pela vontade e inspiração do Espírito Santo.

Deus, portanto, soprou nos escritores aquilo que deveria ser escrito. Apesar de cada palavra registrada no texto sagrado ser exatamente aquela que Deus queria ver empregada em sua Palavra, os escritores não foram usados automaticamente como se fossem robôs ou escrevessem um ditado. Cada qual recebeu a inspiração do Espírito sem, contudo, perderem sua própria consciência; eles foram instrumentos pelos quais Deus aproveitou de cada um a sua personalidade, talento e cultura.

Apesar de os escritos de Lucas serem extremamente eruditos, em nada diminuem a inspiração das epístolas de Pedro. É necessário ressaltar que nenhum livro da Bíblia é mais inspirado que o outro, pois todos receberam o mesmo grau de inspiração. Assim, "os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" - I Pedro 1.21.

A Bíblia é, portanto, a lâmpada dos nossos pés e a luz para o nosso caminho. Aos romanos o apóstolo Paulo declara que "tudo que dantes fora escrito para nosso ensino fora escrito" (Rm 15.4). Podemos, portanto, confiar na Bíblia. Ela é verdadeiramente a Palavra de Deus.


II - OS ESCRITORES DA BÍBLIA

A Escritura Sagrada fora escrita ao longo de 1.600 anos por pessoas de lugares, épocas, culturas e classes diferentes. São cerca de 40 escritores, no entanto, o autor da Bíblia é somente um, que é Deus.

Como já mencionado anteriormente, os escritores bíblicos não escreveram de modo automático e sem consciência, como robôs. O Espírito Santo lhes garantiu liberdade de modo que foram instrumentos de Deus para esse propósito. Sendo assim, a Bíblia possui particularidades quanto ao gênero literário, tais como a narrativa, poesia, provérbios, etc. Também há distinções no que diz respeito às figuras de linguagem, tais como o uso de parábolas, enigmas, alegorias, hipérbole e muito mais.

Porém, é importante mencionar que a Bíblia possui uma linguagem simples e comum. "Na descrição de fenômenos científicos, por exemplo, os autores sagrados usaram a fraseologia comum e popular. Para citar um dos casos, ao descrever a herança dos rubenitas, também dos gaditas e à meia tribo de Manassés, Josué fez alusão ao 'nascer do sol' (Js 1.15); e, na batalha contra os amorreus, ele registrou que o "sol parou" (Js 10.13). Essa linguagem não ignora os fundamentos científicos, nem desacredita a inspiração da Palavra de Deus, apenas busca alcançar a compreensão de todos (I Co 14.9-11)".⁴


CONCLUSÃO

Cada livro bíblico possui características próprias, mas nenhum deles nega ou contradiz o outro. A Bíblia é a inerrante, infalível e majestosa Palavra de Deus. Seu conteúdo foi inspirado pelo Espírito Santo e, assim, a Bíblia se mostra distinta de todo e qualquer livro existente na face da Terra. É o Livro dos livros, a única revelação escrita de Deus para a humanidade.

Mas... Você tem valorizado este livro? Pense a respeito!

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!


REFERÊNCIAS

¹ GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos Séculos: A História e Formação do Livro dos livros. CPAD, 2019, p. 41.
² BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD, 2022, p. 12. 
³ EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon. CPAD, 2016, p. 58.
⁴ BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD, 2022, p. 14. 

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