A PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO

 POR JEFFERSON MIRANDA

 

INTRODUÇÃO

A soberba espiritual ou religiosa é um dos grandes problemas que existe dentro da Igreja. Alguns indivíduos e grupos acham que a salvação é efetuada por conta de seus costumes e tradições. Mas existe algum texto bíblico que nos alerta acerca desse problema? Sim, vários! Porém, neste estudo nós vamos usar a Parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas 18:9-14) para analisarmos o que Jesus Cristo tem a nos ensinar sobre o orgulho espiritual.

 

DESENVOLVIMENTO

Situada no evangelho de Lucas, capítulo 18, a Parábola do Fariseu e do Publicano foi contada por Jesus Cristo para algumas pessoas, muito provavelmente eram fariseus que estavam confiando em sua própria justiça, ou seja, que as suas obras e religiosidade eram capazes de salvá-los. 

 

Por conta dessa soberba e autossuficiência espiritual, Jesus Cristo lançou tal parábola, mas antes de mergulhar no ensino da parábola, vamos rapidamente definir o perfil dos dois personagens que a compõe:

 

Fariseu: era um integrante da seita judaica entitulada Farisaísmo. Alguns estudiosos defendem que esse grupo surgiu no contexto pós-exílico, no qual a prática da Lei estava sendo levada a rigor e o sistema sacrificial não era mais o centro da fé judaica. Esse grupo, portanto, seguia a Lei rigorosamente e repreendia todos que não a cumprisse corretamente. Jesus, em seu ministério, confrontou os fariseus por conta de sua hipocrisia religiosa.

 

Publicano: do latim publicani, funcionário público, era um típico cobrador de impostos do Império Romano. Os publicanos eram sempre pessoas nativas, portanto, pessoas dos povos conquistados, nunca um romano. É importante dizer que os publicanos eram odiados pela população local, e no contexto bíblico, pelos judeus, pois eram considerados traidores do próprio povo devido à cobrança de impostos, muitos deles, na verdade, eram bem exploradores.

 

Já sabemos o perfil dos personagens da parábola, agora vamos analisar o comportamento de cada um deles. Jesus diz que ambos foram ao templo orar (Lucas 18:10). A oração do fariseu representa o caso de um fiel que atribui a si mesmo o mérito da salvação, ou seja, ele descarta a graça salvífica do Senhor Deus, Todo Poderoso. O fariseu se compara com outros homens e se vangloria por não ser pecador como eles, assim desconsiderando a sua natureza pecaminosa e se fazendo grande diante do Glorioso Deus (Lucas 18:11,12). Já o publicano sequer conseguiu olhar para o céu e imediatamente clamou por misericórdia. O publicano também reconheceu que era pecador e que por si mesmo não conseguia se justificar (Lucas 18:13)

 

São orações completamente opostas, a do fariseu buscava justificação no próprio homem, ou seja, a soberba espiritual que procura mérito em seus próprios atos, já a oração do publicano é composta de humildade e dependência no Senhor e que também clama pela graça imerecível que todo pecador necessita.

 

No verso 14, Jesus Cristo afirma que apenas o publicano foi embora justificado, pois todo aquele que se exalta será humilhado, e todo aquele que se humilha será exaltado.

 

"Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;

não por obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8,9)

 

A humildade é uma das evidências da conversão do homem, pois os arrogantes e soberbos não reconhecem que necessitam de ajuda, pois já se acham grandes e autossuficientes. A oração do fariseu nos lembra bastante a igreja de Laodiceia no livro de Apocalipse, pois eles se achavam ricos e gloriosos, assim, então, rejeitando a graça do Senhor (Apocalipse 3:17).

 

CONCLUSÃO

Portanto, ao nos dirigirmos ao Senhor por meio da oração, devemos nos lembrar que somos pecadores e injustos, e que apenas a misericórdia de Deus pode nos livrar da morte eterna (Romanos 6:23). A soberba espiritual ou religiosa nos impede de servir a Deus, pois o próprio Jesus Cristo diz que aquele que quiser fazer-se grande, deverá primeiro ser servo, assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir (Mateus 20:26-28)


"Enquanto você for orgulhoso, não poderá conhecer a Deus. Uma pessoa orgulhosa sempre está desdenhando coisas e pessoas, e, é claro, se você fica olhando de cima para baixo, não poderá olhar para nada que esteja acima de você" - C.S. Lewis

 
 
 

Referências

Cristianismo puro e simples, C.S. Lewis, Thomas Nelson Brasil

Os outros da Bíblia, André Daniel Reinke, Thomas Nelson Brasil

E Deus falou na língua dos homens, Paulo Won, Thomas Nelson Brasil


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