EXPOSIÇÃO DE ATOS DOS APÓSTOLOS CAPÍTULO 1:1-12

POR NILDO OLIVEIRA

EXPOSIÇÃO DE ATOS DOS APÓSTOLOS CAPÍTULO 1:1-12

Essa é a primeira parte de uma série de estudos expositivos do livro de Atos dos Apóstolos ou Atos do Espírito Santo. Acreditamos que temos muito a aprender com os erros e acertos da história da primeira igreja de Cristo.


Estudaremos versículo por versículo fazendo aplicações básicas mas de grande importância para nosso crescimento como igreja de Cristo. Iremos refletir sobre a razão e as ações da Igreja de Cristo em seu início, comparando-as com a Igreja dos nossos dias. Nessa primeira parte, estudaremos o capítulo 1 do verso 1 ao 12. 

Que você seja abençoado com essa leitura!



INTRODUÇÃO


Iremos observar no livro de Atos dos Apóstolos uma igreja muito semelhante com a dos nossos dias, pois o Espírito Santo vem agindo na Igreja e através da Igreja, fazendo com que ela seja o sal de um século insípido e a luz de um mundo em trevas. Porém, não espere encontrar nessa primeira igreja uma igreja sem problemas, conforme adverteu o pastor inglês John Stott: “A leitura de Atos não deve levar-nos a uma idealização da Igreja Primitiva, como se ela não possuísse nenhum defeito. Como veremos adiante, ela tinha muitos”. 


É verdade, não encontraremos uma igreja perfeita, mas uma igreja poderosa em Deus e cheia do Espírito Santo para espalhar o Evangelho de Cristo pelo mundo.



FAZENDO E ENSINANDO


Verso 1- Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar.

Aqui já temos o primeiro grande ensinamento do livro - Lucas descreve que o Evangelho de Jesus não é só de palavras. Veja que ele resume o evangelho puro e simples dizendo que Jesus não somente pregava, mas ele fazia – aliás ele fazia antes de ensinar.


Ele (Lucas) mostra como deveria ser a igreja de Cristo. Ela deveria ser como Jesus: fazer antes de ensinar.


Tudo o que Jesus fez está incluído nesse FAZIA e tudo o que ele falou e pregou está incluído nessa ENSINAVA.


O evangelho puro e simples é a vida de Cristo sendo compartilhada não somente em palavras, mas sobretudo em ações que vão na direção daqueles que são o meu próximo. É importante entendermos que precisamos fazer e ensinar, os dois andam juntos.


Que tal aprendermos a viver o evangelho que Cristo viveu e então FAZER e ENSINAR como ele?



A MISSÃO E O CHAMADO


Verso 2- Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;

Jesus fazia e ensinava até que foi recebido pelo pai. Da mesma forma a missão da igreja de FAZER e ENSINAR é até o dia em que o Senhor nos chamar. Até o último dia de nossas vidas nossa missão é testemunhar Cristo e pregar Cristo.


Nesse versículo Lucas deixar claro que o chamado deles (Apóstolos) não vinha de homem ou instituição alguma, e sim do Espírito Santo. 


Paulo confirma esse chamado em Gálatas 1:1 que diz: "Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos)."



JESUS ESTAVA VIVO E FALAVA DO REINO


Verso 3- Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.


Tanto a morte de Jesus como sua ressurreição foram fatos públicos e testemunhado por muitos. Ele sofreu muito, mas se apresentou vivo ao terceiro dia. Sua morte e ressurreição é um fato histórico irrefutável. Há dez aparições de Jesus narradas nos evangelhos e em I Coríntios:


1.  Á Maria (Mc 16.9-11; Jo 20.14-28);

2.  às mulheres (Mt 28.9,10);

3. aos dois discípulos no caminho de Emaús (Mc 16.12,13; Lc 24.13-22);

4. a Pedro (Lc 24.34);

5. aos dez discípulos (Mc 16.14; Lc 24.36,43; Jo 20.19-23);

6. aos discípulos eTomé com eles (Jo 20.26-29);

7. a sete discípulos no mar da Galileia (Jo 21.1-24);

8. aos onze discípulos na montanha da Galileia (Mt 28.16-20; Mc 16.15-18);

9. a Tiago (ICo 15.7);

10. a Paulo (ICo 15.8).


"Não adoramos o Cristo morto que esteve vivo, mas o Cristo vivo que esteve morto" (Ap 1.18)


Outro ensinava que Jesus deixou para sua igreja é que durante os 40 dias, ele não apenas apareceu, mas falou acerca do reino de Deus. Era o tema central do ministério de Jesus - o reino de Deus. Ele iniciou e terminou o seu ministério com esse magnífico assunto.


A igreja de Cristo precisa gastar seus esforços e valores com uma finalidade bem definida: “Ganhar Pessoas” para o reino de Deus. A igreja de Cristo deve ser imitadora de Cristo, é dessa forma que o Reino de Deus é revelado aos homens, através de servos fazendo a vontade do Pai, ou seja, este Reino é evidenciado onde quer que ele seja seguido (Mt 12:50; Lc 16:16).



A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO


Verso 4- E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.

Verso 5- Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.


Lucas trás à  memória uma promessa que Jesus tinha feito antes de ser crucificado, a promessa da descida do Espírito Santo. Essa promessa estava condicionada à subida do Senhor Jesus (João 7:39).


Essa promessa da descida do Espírito Santo veio do pai e a igreja deveria esperá-lo - (Joel 2.28-32; João 14.16; Gálatas 3.14; Efésios 1.13); A igreja deveria esperar com perseverança inabalável e grande espectativa - (Lucas 24:49).


Essa espera deveria ser com obediência total. Eles não poderiam ausentar-se de Jerusalém. Interessante observar que seria exatamente no lugar do fracasso (morte de Jesus) que viria a vitória da igreja (descida do Espírito Santo). Onde Cristo foi humilhado, ali ele deveria também ser exaltado. 


"Faremos uma pausa para glorificar ao Deus pai por ter preparado todo o projeto de Salvação, glorificar ao Deus Filho por ter executado com maestria esse projeto, e glorificar ao Deus Espírito Santo por nos revelar esse projeto."



O QUE É O REINO DE DEUS? 


Verso 6- Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?

Verso 7- E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.


Os discípulos fizeram essa pergunta pois eles entendiam que o reino se limitava ao governo físico, terreno e político de Israel sobre a terra. Israel já havia perdido a muito tempo sua independência política e vivia sobre o domínio de outros povos. Eles alimentavam a esperança de que um dia tudo iria mudar e Israel assumiria o comando político do mundo.


No entendimento dos discípulos, o reino já pertencia a Israel. Agora, eles aguardavam apenas o tempo em que esse reino lhes seria restituído.


O reino de Deus não é um conceito territorial. Não consta de nenhum mapa geopolítico. E não está limitado a quatro paredes da denominação A ou B. Era exatamente isso o que os apóstolos tinham em mente ao confundirem o reino de Deus com o reino de Israel. 


Se engana quem ainda hoje pensa que o reino de Deus é terreno ou territorial, o reino de Deus é espiritual. Seu trono é estabelecido no coração o homem, não nos palácios dos reis. O reino de Deus não é implantado pelo poder e nem pela força das armas, mas pela ação transformadora do Espírito Santo.


Os discípulos deveriam ser testemunhas não apenas no território de Israel, mas até aos confins da terra. Não apenas aos judeus, mas também aos gentios. O reino de Deus abrange todos os povos, de todos os lugares, de todas as línguas e culturas. O reino de Deus alcança a todos, em todos os lugares, de todos os tempos, que foram lavados no sangue do Cordeiro (Ap 5.9). Não se limita as quatro paredes da minha ou da sua igreja.


Jesus corrige seus discípulos mostrando que era tolice fazer marcação de data para sua segunda vinda. O tempo da segunda vinda  é da exclusiva economia do Pai.


Além disso disso os discípulos estavam perdendo o foco principal. Queriam investigar o que não lhes competia, enquanto deveriam ser capacitados para fazer o que lhes fora dado por obrigação.



PODER PARA TESTEMUNHAR


Verso 8- Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.


Uma testemunha é alguém que relata o que viu e ouviu (At 4.19,20). E alguém que está pronto a dar sua própria vida para testificar o que viu e ouviu.


A origem da palavra testemunha no grego, corresponde a mártir, porém, ser testemunha nesse sentido do grego também está ligado a uma disposição íntima, não só de sofrer, mas também de sacrificar a própria vida pela causa.


Os discípulos não seriam testemunhas deles próprios, mas de Cristo. E fariam isso cheios do poder do Espírito Santo. 



A ASCENSÃO DE CRISTO


Verso 9- E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.


Esse momento foi um grande brado de vitória sobre o pecado, o mundo, o diabo e a morte. Esse momento foi visível, foi o início da gloriosa vitória da igreja. (Lc 24.50-53);


"Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus é Senhor, para a glória de Deus Pai" (Fp 2.9-11).



A PROMESSA DA VOLTA DE JESUS


Verso 11- Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.


Da mesma forma que a ascensão de Jesus foi visível e gloriosa, assim também será sua volta. Da mesma forma que ele retornou ao céu cavalgando uma nuvem, assim também voltará entre nuvens. (Mt 24.30-31)


Isso me faz lembrar de um lindo louvor da harpa cristã, que diz:


CORO - "Nossa esperança é Sua vinda, O Rei dos reis vem nos buscar, Nós aguardamos, Jesus, ainda, Té a luz da manhã raiar".


A VOLTA PARA JERUSALÉM


Verso 12- Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado.


Havia uma alegria no coração dos discípulos ao voltarem para Jerusalém. Eles viram Cristo voltar para o céu triunfantemente (Lc 24.52). Jesus ausentou-se fisicamente, mas prometeu estar sempre com eles e derramar sobre eles o Espírito Santo.


E essa promessa está de pé até hoje. A única condicionante é ficar em Jerusalém (presença de Deus), em comunhão, pois o Espírito quer nos encher de poder.



REFERÊNCIAS:

• Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2011 - Título: Atos dos Apóstolos — Até aos confins da Terra - Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade;

• Comentário expositivo Hagnos - Páginas 31-35;

• Bíblia Almeida Corrigida Fiel - ACF

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