RICO EM DEUS

Por ÁLVARO OSTROSKI 






TEXTO: Apocalipse 2.9 


INTRODUÇÃO

Nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse temos o conteúdo de 7 cartas que o Senhor Jesus, por meio do Apóstolo João, enviou a 7 igrejas da Ásia Menor, atual Turquia.


Em especial, Apocalipse 2, dos versos 8 a 11, nos apresenta o conteúdo da segunda carta endereçada a igreja de Esmirna.


Umas dos coisas ditas pelo Senhor Jesus a esta igreja foi "mas tu és rico" (v.9). Está frase veio em contraponto a afirmativa anterior de que esta igreja era pobre.


Veja que paradoxo, esta igreja era pobre e rica ao mesmo tempo. Como pode ser isto?


A verdade é que esta igreja era pobre financeiramente, mas rica espiritualmente.


Queremos aqui falar da riqueza divina, mas vou trazer um contexto histórico antes para o querido leitor.


CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL 

O Comentário Bíblico Beacon nos apresentar as seguintes informações:


1. Com relação a cidade de Esmirna:

a) Esmirna concorria com Éfeso pela honra de ser chamada “a principal cidade da Ásia” e a “metrópole”;

b) A cidade, chamada “a Beleza da Ásia”, estava situada na ponta do bem protegido golfo, com um excelente porto;

c) Ela se aproximava de Éfeso no que tange ao volume do comércio de exportação;

d) Esmirna atualmente se chama Izmir e tem uma população de cerca de trezentos mil habitantes.


Perceba,  portanto, que esta Igreja estava inserida num ambiente muito rico materialmente.


2. Com relação a Igreja de Esmirna, temos:

a) A igreja lá foi aparentemente fundada quando Paulo estava pregando em Éfeso (At 19.10);

b) Ela continuou sendo um forte centro eclesiástico por vários séculos.


O comentário Biblíco Beacon ainda trás a seguinte afirmativa "Duas coisas são mencionadas: tribulação e pobreza. Aparentemente, tribulação gerou pobreza" (v. 9, 10).


Para corroborar com que esta ideia, veja o que Hebreus 10.34 diz: “Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente”. 

Em uma situação semelhante em Esmirna, parece que bandos judeus e pagãos estavam saqueando a propriedade dos cristãos.


Logo vemos que estes irmãos estavam em grandes dificuldades financeiras, oriundas da perseguição a sua fé.


RIQUEZA HUMANA x RIQUEZA DIVINA

Para corroborar com a afirmativa anterior vejamos o que textos bíblicos paralelos nos ensinam sobre a riqueza divina:


1. Em Lucas 12:13-21 temos a Parábola do Rico Insensato que nos apresenta um homem rico que teve uma colheita superabundante e pensou em derrubar seus celeiros para construir maiores a fim de guardar sua riqueza e então iria dizer para sua alma descansar, pois tinham muitos bens em depósito,  contudo Jesus adverte que ele era um louco, pois se naquele noite ele perdesse a vida, tudo que guardou ficaria para quem?


Jesus finaliza com o verso 21 dizendo "assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus".


Perceba que muito mais importante que ser rico materialmente é ser rico em Deus


2. Em sua 1 carta a Timóteo, dos versos 6 a 12, o Apóstolo Paulo ensina que a vida piedosa (v.6) é mais importante que uma vida cheia de dinheiro.


OBSERVAÇÕES

Precisamos aqui fazer duas observações com relação a riqueza material:


1. Não há conflito entre ser rico em bens materiais e ser rico espiritualmente, desde que o coração esteja voltado para Deus. Muitos personagens da Bíblia eram ricos, como Abraão, Isaque, Jacó, Jó, etc, além de mulheres ricas que seguiam a Jesus e ajudavam seu ministério com suas poses (Lc 8.1-3);

2. A tribulação que possamos enfrentar em nossas vidas, não significa, necessariamente, pobreza material, mas pode representar outros tipos de provações.


CONCLUSÃO 

Pelo contexto Histórico-Cultural percebemos as dificuldades enfrentadas por estes irmãos por causa da fé, contudo os mesmos nos deixam um legado de perseverança.


Aprendemos ainda com eles que a riqueza daqui é passageira, mas a riqueza de um vida com Deus é eterna.


Que possamos prosseguir para o alvo de nossa eterna redenção.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia (Novo Testamento). São Paulo.Vida Nova, 2018, Pág 861 e 862

EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon. Vol 10. CPAD, 1ª Ed. 2006  Pág 414

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