A PARÁBOLA DA REDE

POR ÁLVARO OSTROSKI

Parábola da Rede

"Igualmente, o Reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar e que apanha toda qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes." Mateus 13.47-50


INTRODUÇÃO 


A Parábola da Rede é a última da sequência de 7 Parábolas que Jesus contou em Mateus Cap. 13 sobre o Reino dos Céus ou Reino de Deus.


Neste Capítulo no verso 52 existe ainda uma oitava Parábola que fala sobre verdades velhas e verdades novas, mas esta não se trata de uma comparação ao Reino dos Céus, mas sim uma alusão aos discípulos que estavam ouvindo  acerca do Reino dos Céus.


Esta Parábola da Rede tem lições semelhantes a Parábola do Trigo e Joio de Mateus 13.24-30;36-43, pois em ambas observamos que existe o bom e o ruim, o justo e o injusto e que um dia haverá separação destes grupos.



INTERPRETAÇÃO


Fazendo uma leitura concentrada da Parábola percebemos que ela possui duas partes. Sendo a primeira parte, os versos 47 e 48, onde Jesus conta a ilustração em si e a segunda parte da Parábola, os versos 49 e 50, onde Jesus explica o que Ele quis ensinar com a Parábola.



Primeira Parte - versos 47 e 48


O Reino dos Céus foi comparado por Jesus a uma prática comum de sua época, que era a pescaria. 


Neste tipo de pescaria os pescadores iam de barco até alto mar e lançavam uma grande rede e depois a puxavam para o interior do barco. Logo em seguida eles iam até a praia para fazer a seleção dos peixes. Aqueles peixes considerados bons eram guardados para serem vendidos e os peixes considerados ruins eram descartados.



Segunda Parte - versos 49 e 50


Jesus então compara o fato de separar os peixes bons dos ruins na praia ao que os anjos farão no futuro, onde os justos serão separados dos injustos (maus).


O foco de Jesus não foi declarar o que será feito dos justos, mas explicou que os injustos ou maus serão lançados na fornalha de fogo ardente, uma alusão ao inferno.



O QUE JESUS QUIS ENSINAR?


Bom, como observamos o foco da Parábola foi destacar qual o destino eterno dos maus. 


Aqui aconselhamos o leitor a ficar com foco do ensino de Jesus, ou seja, um dia haverá a consumação dos séculos, ou fim dos tempos, ou fim desta era que vivemos, enfim, o mundo e a sociedade como conhecemos terá um destino final e neste dia aqueles que não aceitaram a mensagem do Evangelho serão lançados no inferno e aqui fazemos menção do dia do Julgamento descrito em Apocalipse 20.11-15, principalmente do verso 15 que diz “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”



SUPOSIÇÕES


Alguns intérpretes vão um pouco além daquilo que entendemos ser o foco de ensino de Jesus e fazem algumas suposições a mais sobre o texto, por exemplo: 


1. Evangelismo


O ato da pescaria, lançar as redes em alto mar, seria o trabalho de evangelização dos primeiros discípulos de Cristo e hoje da  igreja de Cristo  e  o apanhar do peixes seria o resultado deste trabalho, onde são atraídos para a igreja visível tanto crentes verdadeiros (peixes bons) como crentes falsos (peixes ruins). 


1.1 Porque não creio se tratar de Evangelismo?


Apesar de entender que Jesus chamou discípulos para serem pescadores de homens (Mateus 4.18-20), creio que Jesus não está se referindo ao trabalho dos primeiros discípulos e posteriormente da Igreja neste texto, pois Jesus na ilustração apresentada mostra que os pescadores levaram os peixes até a praia se assentaram e fizeram a seleção deles e depois Jesus diz que este trabalho de separação é feito pelos anjos, logo os pescadores não são uma representação dos homens evangelizando, mas sim dos anjos levando os homens até um local para fazer a separação entre bons e maus.


Neste aspecto lembro da Parábola do Trigo e Joio onde Jesus declara que o campo é o mundo e lá no mundo estão os filhos do Reino e os filhos do Maligno, de igual forma no mar, que seria uma representação do mundo, estão os justos e os maus.


2. Arrebatamento da Igreja


O ato de puxar as redes e ir para a praia seria uma alusão ao Arrebatamento da Igreja.


2.1 Porque não creio se tratar do Arrebatamento da Igreja?


Não creio se tratar do arrebatamento da Igreja pelo fato que no arrebatamento da igreja os justos serão retirados do mundo e não justos e maus como ocorre no caso desta Parábola.



APLICAÇÕES


Vamos a algumas aplicações daquilo que foi o foco do ensino de Jesus nesta Parábola:


1. A Parábola é um alerta de que um dia Deus vai julgar a iniquidade humana, por isso ainda é tempo de arrependimento;


2. Que tipo de “peixe” eu sou? Bom ou Ruim? Que tipo de fruto eu dou que demonstra quem eu sou, já que pelo fruto se conhece a árvore (Mateus 7.20)?

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