CIDADES DE REFÚGIO

POR NILDO OLIVEIRA
CIDADES DE REFÚGIO

As cidades de refúgios estão registradas no antigo testamento, principalmente nos livros de Números (35.9-34) e Josué (20.1-9). Vejamos um pouco sobre elas: 

Deus ordenou ao povo de Israel a fim de que dessem de suas posses 48 cidades aos levitas, para que habitassem, e também os pastos a volta para alimentarem os animais. Das 48 cidades, seis seriam "Cidades de Refúgio" para os homicidas involuntários (homicídio sem dolo). 

1. O que eram as Cidades de Refúgio? 

Eram seis cidades que serviam como um lugar seguro para os homicidas. Porém, havia uma restrição, não era qualquer homicida que poderia se refugiar lá. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém (Números 35.15). Se fosse um caso de assassinato intencional (crime doloso) o criminoso não teria direito de se proteger nas cidades de refúgio, ele deveria ser morto por conta do crime cometido. Para entender melhor como identificar um crime intencional ou involuntário encontramos os critérios em Números 35.16-23.

2. Como funcionavam as cidades de Refúgio? 

É importante ressaltar que os crimes eram julgados para que ninguém se aproveitasse desse benefício indevidamente. O homicida teria que correr para a cidade de refúgio mais próxima da cena do crime, lá era levado para enfrentar o julgamento diante da congregação. Se fosse inocentado, voltava à cidade de refúgio, da qual só poderia sair quando o sumo sacerdote morresse. O sumo sacerdote representa a nação, especialmente em termos da culpa e sacrifício dela (Lv 16). A morte do sacerdote cessa a culpa que é fruto do ato homicida, ficando livre para habitar em outra cidade em completa segurança, sem que o vingador tivesse qualquer direito sobre ele (Nm 35.25-28). 

As seis cidades podiam servir de refúgio para o povo de Israel, para os estrangeiros residentes e para quaisquer outros estrangeiros que viviam entre eles (Nm 35.15).

3. Quais eram as cidades de Refúgio?

Moisés escolheu três no lado leste do Jordão: Bezer, Ramote em Gileade e Golã em Basã (Dt 4.41-43); 

Josué outras três cidades no lado oeste do rio Jordão: Quedes, Siquém e Efraim (Js 20:7).

CIDADES DE REFÚGIO

4. As cidades de Refúgio e a infinita misericórdia de Deus 

Quando Deus ordenou a criação dessas cidades Ele revelou ao homem a sua infinita misericórdia. A misericórdia de Deus é um atributo moral, referindo-se à bondade, ternura e compaixão de Deus. E essa bondade de Deus revela a Sua misericórdia para com o pecador. 

Nessa passagem Deus nos revela seu caráter e que Ele não nos trata segundo os nossos pecados! (Sl 103.10) Como é grande, eterno e infinito esse atributo divino. A misericórdia abre o caminho para vivermos uma vida na poderosa obra da graça de Deus em nós.

Hoje podemos sentir essa misericórdia através de Cristo, pois Ele pagou a penalidade devida pelos nossos pecados, nos trazendo perdão mesmo sem merecermos. Conhecer a Deus também significa viver essa misericórdia diariamente, o nosso Deus transmite seu amor para conosco através da Sua misericórdia. E Ele mesmo nos ordena a sermos misericordiosos uns com os outros. (Lc 6.36) Devemos praticar a misericórdia, isso foi ordenado nas Escrituras (Zc 7.9; Cl 3.12-13; Mq 6.8). 

5. Cristo o nosso grande refúgio

O mesmo Deus misericordioso que indicou aquelas cidades de refúgio no passado, também providenciou pelo sacrifício de seu filho Jesus, um refúgio seguro a todos os transgressores da lei de Deus, para onde podemos fugir em busca de garantia contra a segunda morte. Nenhuma força pode arrancar das mãos de Cristo as almas que se dirigem a Ele em busca de perdão. 

É importante dizer que até que encontre o esconderijo em Cristo o pecador está exposto à morte eterna. Enquanto o homicida, por exemplo, não recorria à uma das cidades de refúgio, o vingador poderia matá-lo e assim ele poderia arrancar a única oportunidade de vida de tal pessoa. Assim a demora e a indiferença do pecador em ir até Cristo podem se tornar a ruína da alma. E você, o que está esperando? Já fugiu para Cristo? Ele é o nosso único refúgio seguro!

"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." (Sl 91.1)

"O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia." (Sl 9.9);

"Portanto, agora já não há condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus." (Rm 8.1);

Em CRISTO há aceitação para o rejeitado, há REFÚGIO para o excluído!



6. Referências

Comentario Biblico Moody - Livro de Números - 2010, Pág 102-103;

Série Comentário Bíblico - Josué, Introdução e Comentário - Richard Hess - 1995 - Pág 246-248 - VIDA NOVA.

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