VIVENDO NA BABILÔNIA, MAS REJEITANDO OS MANJARES DO REI

POR VICTOR ZANETTI
Homem caminha em direção a grande cidade de Babilônia, porém, veste roupas brancas, símbolo de sua pureza.
"E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar" - Daniel 1.8

POR QUE FORAM PARA A BABILÔNIA?


Daniel foi levado como jovem cativo de Jerusalém pra a Babilônia. Estava debaixo de um juízo, pois o povo de Jerusalém havia se afastado de Deus.

Daniel e mais 3 amigos, Azarias, Hananias e Misael, foram levados para estarem diante do rei e serem instruídos de toda a sorte de ensinamentos da Babilônia (astrologia, ciência e a língua local).

Podemos ver que ainda jovens, Daniel e seus amigos foram inseridos nos ensinamentos locais da Babilônia, porém em seus corações estavam os mandamentos do Senhor que tinham aprendido desde pequenos.

Aplicação 

Nós hoje vivemos neste mundo caído,  tipo da Babilônia, longe da Jerusalém celestial, porque um dia nossos pais, Adão e Eva, pecaram e a queda deles nos atingiu (Rm 6).

A MUDANÇA DOS NOMES 


Ao chegar na Babilônia, Daniel e seus amigos tiveram seus nomes mudados.

Vejamos na tabela abaixo os significados dos nomes:

Perceba que os nomes dados a Daniel e seus amigos remetiam a divindades babilônicas, as quais tinham os seguintes significados:

Bel: deus babilônico que equivale a Baal, deus de um povo pagão;

Aku: deus-lua, reverenciando os astros

Nebo: é uma divindade mitológica da escrita e sabedoria.

O nome para o hebreu significava muito, pois homenageava algo ou alguém, usualmente sempre voltado para o Deus de Israel.

O nome daqueles jovens carregava significados de glorificação a Deus. Na Babilônia o rei mudou para que glorificassem ao deus pagão, podendo ser um ato cultural ou afrontoso. O que importa é que por mais que o rei tirasse do nome desses jovens o significado real, o interior permaneceu íntegro diante de Deus. Guardado estavam os mandamentos de Deus em seus corações, por isso ainda que tivessem seus nomes deturpados, jamais se corromperiam, pois, estavam firmados nas leis do Senhor, e tinham prazer nela.

Mesmo que para a babilônia esses três jovens agora fossem jovens babilônicos e vivessem nesse lugar, os corações deles estava em Deus, e o mais importante, demonstraram isso com atitudes.

Aplicação 

O mundo tenta modificar nossa identidade de servos de Deus, mas seguimos o conselho de Paulo em sua epístola aos romanos, cap. 12, verso 2: “E não sede conformados com esse mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

O MANJAR DO REI E A FIDELIDADE DO JOVEM


Daniel e seus amigos na Babilônia, foram colocados a disposição dos eunucos do rei, os quais cuidariam dos jovens escolhidos por três anos para que servissem ao rei depois.

Os eunucos foram ordenados pelo rei para darem o mesmo manjar e o mesmo vinho que o próprio rei consumia, porém Daniel e seus amigos colocaram em seus corações não se contaminar com as coisas daquele lugar e nem do rei.

Através da posição de fidelidade que Daniel tomou, Deus deu graça a ele diante do eunuco, para que fossem alimentados somente por legumes e água.

Isso aconteceu pois o desejo de Daniel estava condizente com o que Deus esperava de seus servos: ser fiel independente de onde estivera. Como diz a epístola aos hebreus, cap. 6, verso 9: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores (...)”

No momento em que o rei viu a Daniel e seus amigos, viu que eram mais formosos e inteligentes do que os outros jovens, e até mesmo mais sábios que os magos e astrólogos que haviam. 

Aplicação 

Toda essa situação nos mostra 4 coisas:

1. Assim como Daniel viveu fora de Jerusalém e foi tentado pelos manjares do rei, nós também vivemos em um mundo onde há todo o tipo de idolatria, manjares e vinhos da carnalidade que não agradam a Deus, e que nós jovens, precisamos estar atentos para saber rejeitar as coisas que nos são oferecidas, afim de termos graça diante do Senhor;

2. O rei desse mundo pode nos oferecer muitas coisas, mas nossa alma e nosso ser devem estar voltados para as coisas do Senhor. Daniel conhecia os mandamentos, e comer do manjar, faria com que Daniel e seus amigos quebrassem a lei de Moisés sobre os alimentos. Devemos analisar nos nossos dias, o que nos é oferecido, e o quanto isso irá nos custar diante de Deus: desobediência? Salvação? Se nós jovens, estivermos de posse da palavra não só como um livro, mas como uma forma de vida, o manjar do rei pode até ser um atrativo, mas haverá força em nós pelo Espírito Santo de Deus para rejeitá-lo! 

3. Deus espera de nós o melhor que podemos dar, sendo fiel em tudo na nossa vida, mesmo estando dentro ou fora de Jerusalém. Daniel e seus amigos viviam na Babilônia, mas os corações não estavam lá nem nas coisas que o rei daquele lugar poderia oferecer. Nós vivemos em um mundo onde toda a sorte de ofertas está sendo dadas aos jovens, mas aqueles que tem por base a palavra de Deus não se deixarão contaminar.

4. Deus honra seus servos diante do mundo, pois quando estamos debaixo de sua vontade, nos da graça e nosso semblante nunca será como os do mundo, pois temos um consolador. Daniel e seus amigos certamente sentiam saudades de Jerusalém, mas Deus colocou nesses jovens o brilho do Espírito Santo, algo diferente que somente os fiéis tem. Deus nos dá o consolador, e enquanto estamos vivendo nesse mundo (Babilônia) sentiremos saudades de Jerusalém (do céu, almejamos voltar para o lugar de onde viemos, da eternidade).

Em resumo as  nossas decisões devem ser como a desses jovens, o mundo pode querer nos dar os manjares dessa vida, mas o nosso coração e nossas atitudes devem consentir com aquilo que Deus quer para nós. Os jovens que buscam viver em santidade, não se conformam com as coisas mundanas, pois sabem que vivem aqui, mas não são daqui, são cidadãos do céu (Fp 3:20).

O MANJAR ESTÁ NA MESA, O QUE VOCÊ FARÁ?


Quando o eunuco responsável por alimentar esses jovens com o manjar e o vinho do rei se achegou a Daniel e seus amigos, eles tomaram uma decisão que estava em seus corações: não se contaminar.

Podemos ver que ainda jovens, tiveram que tomar decisões que mudariam suas vidas, pois os ensinamentos bíblicos das leis do Senhor estavam vivos em seus corações e não queriam deixar de servir a Deus, mesmo estando longe de Jerusalém.

Poderiam falar: “Mas é igual ao que o rei come e bebe!”. Mas nada disso mudaria a opinião desses jovens, pois entendiam o propósito da separação das coisas que não agradavam a Deus. Provavelmente o cardápio do rei era incondizente com o que a Lei do Senhor permitia que os hebreus consumissem.

Aplicação 

Vivemos em meio a uma Babilônia espiritual, onde é lançado toda a sorte de estudo, conhecimento, superstições, distorções e mitos, porém nossa fidelidade ao Senhor deve estar de pé, mesmo que ainda longe da igreja, dos servos (isto é, ainda que longe de Jerusalém). Precisamos ser luzes em meio ao mundo caído e corrompido. Ao invés de Daniel e seus amigos serem influenciados, ELES quem influenciaram.

Hoje em dia o manjar está na mesa, com toda a sorte de mentiras, enganos, seduções aos olhos dos jovens, imoralidade entre jovens, liberalismo, a mentira (na qual é uma atitude do velho homem, segundo (Cl 3.9) e a defraudação.

A imoralidade nesse caso, se trata de se relacionar fora do casamento. A palavra de Deus mostra que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, devendo ser mantido puro e irrepreensível (1 Cor 6.18-19).

Quando vemos que Daniel comeu apenas legumes e água, rejeitando o manjar do rei, a aparência dele era formosa, e sua sabedoria transcendia à sabedoria dos outros que estavam lá, fruto da fidelidade de Daniel e seus amigos com Deus.

Que possamos ser como Daniel, e quando nos encontrarmos em lugares espiritualmente caídos, que a palavra de Deus venha ser nosso guia, nosso alicerce!

DEUS HONRA AQUELE QUE SE MANTÉM FIEL


Vemos no versículo 17 do capítulo 1 que Deus deu a esses jovens conhecimento, inteligência e sabedoria diante do rei.

Para que Deus honrasse a vida desses jovens, foi necessário entrega, submissão ao Senhor e somente a Ele, sem coração dividido, mas voltado completamente para aquilo que era o propósito de servir a Deus. Vejamos que Daniel não sabia que Deus abençoaria de tamanha forma, logo concluímos que Daniel não obedeceu porque iria ter alguma benção, mas porque queria ser fiel e íntegro espiritualmente, sabendo que a maior vitória era sua vida no altar diante de Deus, pois era isso e somente isso que o levaria para o céu! Ele cria nas promessas feita a seu povo, por isso procurava sempre observar as Escrituras e manter intimidade com Deus.

Aplicação 

Hoje vivemos em um mundo espiritualmente caído (como na Babilônia, que eram pagãos e sem temor nenhum a Deus) para que através de nós, Jesus brilhe em nossas vidas, e sirvamos de testemunho com fé e boas obras.

“Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa” - Mateus 5.15 

Nós vivemos para sermos testemunhas do amor de Cristo, o que Ele é e faz em nossas vidas. Não podemos negligenciar o amor de Deus e sua misericórdia, e esconder o que Deus está fazendo, antes, testemunhar para todos o Deus a quem servimos.

Almejamos dizer como Paulo disse no fim de sua carreira “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" - 2 Timóteo 4.7-8

Deus tem promessas para os que são fiéis, sendo a maior delas: a salvação. No fim de tudo, o que aguardamos é a nossa redenção, a qual nos foi prometida por Jesus Cristo “E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo” - Romanos 8.23

CONCLUSÃO


Daniel e seus amigos viviam no palácio, logo, todos os dias era uma nova decisão de rejeitar o manjar. Que o Espírito Santo de Deus nos encha de sabedoria para que haja em nós discernimento e possamos rejeitar aquilo que vem do rei desse mundo, para ter o que vem do rei celestial.

4 comentários:

Temas

Topo