EXPOSIÇÃO DA EPÍSTOLA AOS GÁLATAS 2:1-10

POR LUCAS NUNES
EXPOSIÇÃO DA EPÍSTOLA AOS GÁLATAS 2:1-10

Com a conclusão do capítulo 1, gostaríamos de relembrar os pontos principais até aqui expostos:

Paulo é um apóstolo, separado por Deus, chamado pela graça quando Deus lhe revelou Jesus, com a finalidade de que se pregasse o evangelho aos gentios.  Após receber essa revelação, Paulo não retornou a Jerusalém, mas partiu para a Arábia e voltou outra vez para Damasco, enfatizando que não recebeu influência dos apóstolos de Jerusalém, mas, sim, diretamente do próprio Deus.

Chamado para pregar o evangelho da graça, Paulo fica perplexo ao ver que os gálatas que haviam recebido a bênção do Espírito Santo pela fé, agora passaram para outro evangelho ao ceder às inquietações provocadas pelos judaizantes.

Assim, portanto, iniciamos o capítulo 2 com Paulo informando aos gálatas que passados 14 anos, ele retornou a Jerusalém, mas agora juntamente com Barnabé e Tito (v.1)
Barnabé e Tito representavam bem o ministério de Paulo. Barnabé era um cristão judeu circuncidado e Tito um cristão gentio incircunciso. Ambos eram muito úteis à proclamação do evangelho, pois Paulo assim declara: “...em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser nova criatura” (6.15).

Essa ida a Jerusalém foi para cumprir uma revelação dada por Deus. Chegando lá, Paulo expôs o evangelho, particularmente aos que estavam em estima, ou seja, expôs particularmente aos que pareciam ser de maior influência: os líderes cristãos de Jerusalém.

Ele assim lhes expôs para que de maneira alguma “não corresse ou não tivesse corrido em vão” (v.2). O exemplo aqui utilizado é o de uma corrida de atletismo, onde após se esforçar em percorrer boa parte do trajeto, o corredor é desclassificado por um detalhe.

Paulo temia que seus esforços pudessem ter sido feitos inúteis por algo acrescentado à mensagem do evangelho, como a obrigatoriedade da circuncisão. 

Tito foi constrangido a se circuncidar por causa de falsos irmãos que tinham se infiltrado no meio deles para espionar a liberdade que eles tinham em Cristo Jesus (v.3-4). Aceitar a circuncisão seria se tornar escravo da lei, pois “...todo homem que se deixar circuncidar está obrigado a guardar toda a lei” (5.3). Querer se tornar justo por cumprir a lei é “cair da graça” (5.4), e veremos isso mais à frente.

Sabendo que isso seria acrescentar algo à salvação consumada oferecida por Jesus, Paulo não se submete a eles nem por um instante (v.5). Isso seria como acrescentar “fermento à massa” (5.9). Mesmo sendo em proporção muito menor que a massa, um pouco de fermento adicionado a ela compromete totalmente o projeto final.

E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa, ou seja, aqueles que eram influentes, os líderes mencionados no verso 2, esses nada comunicaram a Paulo. Eles não acrescentaram nada, nenhum requisito ao evangelho livre da lei pregado aos gentios por Paulo (v.6).

Pelo contrário, reconheceram que a Paulo havia sido confiado por Deus a pregação do evangelho da incircucisão, como a Pedro a pregação do evangelho da circuncisão, pois Deus operou tanto através da pregação de Paulo quanto de Pedro (v.7-8).

Reconhecendo que Deus concedeu a Paulo essa graça, Tiago, Pedro e João, considerados como as colunas da igreja de Jerusalém, estenderam a mão direita a Paulo e Barnabé em sinal de comunhão (v.9), pedindo somente que continuassem a se lembrar da ajuda aos pobres, o que Paulo se esforçou em fazer (v.10).
Meditando nessa exposição, podemos aprender algumas coisas que Deus quer nos ensinar:

1ª) Ainda hoje é perceptível que existem falsos irmãos que se entremetem e secretamente espionam a liberdade dos irmãos livres em Cristo, para tentar colocá-los em servidão;

2ª) Ah se nos tempos de hoje houvesse entre todos os cristãos o entendimento de que o evangelho é um, mas as formas de evangelismo são diversas. Como vimos nos versos 6 e 7 do capítulo 1, o outro evangelho não é outro em essência. A verdade não pode ser alterada, mas pode ser proclamada de maneiras diferentes. E os apóstolos Tiago, Pedro e João reconheceram isso em Paulo, e deram as mãos em sinal de comunhão. Se alguns líderes de igrejas dessem as mãos entre si em sinal de comunhão, a proclamação do evangelho seria muito mais eficaz.

3ª) O fim de toda contenda se dá por uma operação do Espírito Santo. Paulo subiu a Jerusalém em obediência a uma revelação do Espírito e esse mesmo Espírito foi quem operou em Paulo com eficácia. Os frutos do ministério de Paulo foram perceptíveis aos líderes cristãos de Jerusalém, de maneira que não seria possível dizer que Deus não era com ele. Quando o Espírito Santo opera a contenda acaba!
 
Portanto, meus irmãos, concluindo essa exposição, continuemos a correr a corrida da fé, sem querer acrescentar nada à justiça de Cristo, pois isso seria chegar ao final do percurso e ser desclassificado. Somente a fé, somente a graça, somente Cristo. Amém!

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