AS OFERTAS DE CAIM E ABEL

POR RODRIGO HENRIQUE
Caim, com expressão de raiva, e Abel com as mãos erguidas aos céus.
"E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante" - Gênesis 4.4-5

INTRODUÇÃO


A Bíblia é sem dúvidas um livro distinto de qualquer outro livro. Não se trata, pois, de uma invenção racional, mas sim de um conteúdo divino que chegou até nós pela vontade de Deus. Sabemos e testificamos, pela fé, que a escritura bíblica não nasceu da mente do homem, mas da mente do Nosso Senhor e Criador. A profecia nunca foi produzida por homem algum -- disse o apóstolo Pedro --, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (II Pe 1.21).

A Bíblia tem aproximadamente quarenta escritores, mas apenas um único autor: o próprio Deus. Em uma das cartas a Timóteo, podemos observar com clareza que a escritura foi divinamente inspirada (II Tm 3.14-17), sendo-a perfeita lei do Senhor (Sl 19.7). Por certo, sendo YHWH¹ o Senhor dos senhores e Deus dos deuses, criador dos céus e da terra, riquíssimo em glória e majestade, todo poderoso Deus, a sua Palavra também o é -- Viva, Eficaz, Poderosa, Apta e Perfeita (Hb 4.12). Não falha jamais (Jo 10.35).

Sendo assim, devemos valorizar cada uma das palavras escritas neste Livro Sagrado. Não podemos excluir ou acrescentar absolutamente nada. Cada palavra -- por mínima que seja -- importa, e cada detalhe é fundamental. Atentemo-nos para o fato de que não devemos violar os mandamentos, por menor que ele seja (Mt 5.18,19). Nada se tira, nada se põe (Ap 22.18,19). 

A Escritura não usa esse ou aquele verbo por acaso. Não traz este ou aquele termo por simples estética. Não mostra esse ou aquele detalhe por mero conhecimento racional. Tudo é importante para nós, para as nossas almas. Saiba disso com clareza: Deus não é Deus do acaso, mas das coisas certas e confiáveis. A respeito disso, podemos olhar para o passado a fim de aprendermos com um homem valente chamado Josué. Deus o chama e o orienta a meditar dia e noite nas Escrituras, para que ele faça tudo conforme está escrito (Js 1.8). 

Atentemo-nos para o fato de que meditar não é o mesmo que apenas ler. Ao ler, nós passamos por cima das nuances, dos detalhes. Ao meditar, nós os enxergamos com clareza. O salmista reconhece tal fato e ao orar a Deus, pede que ele tenha os olhos abertos durante a sua meditação, para que contemple as maravilhas do Livro do Senhor (Sl 119.15-18).

Precisamos buscar a verdade, e o que é a verdade senão a Palavra de Deus? (João 17.17). Somente ela nos liberta da mentira com eficácia plena (Jo 8.32).

Acerca das ofertas de Caim e Abel, é notório que existem muitos ensinos divergentes, por isso eu peço a você:

Não seja apenas um “ouvinte”, seja um leitor (At 17.11). De igual forma, não apenas leia, medite (Js 1.8). 

Vejamos, pois, o que os detalhes nos ensinam acerca dos dois irmãos, Caim e Abel.


NASCEM CAIM E ABEL

Gênesis 4.1-5

Logo após a trágica história da Queda que resultou na expulsão do homem do Jardim das Delícias, Gênesis nos narra acerca do nascimento de dois irmãos. É no capítulo quatro que tudo começa e por resultado da benção de Deus sobre o casal (Gn 1.28), nasceram Caim e Abel. Dois irmãos que tinham prazer em coisas diferentes, distintas. Caim gostava de trabalhar com plantas cultiváveis, já Abel gostava de trabalhar com os animais vivos. Um se tornou lavrador da terra, enquanto o outro, pastor de ovelhas.

Ao cabo de dias, tanto Caim quanto Abel decidiram por trazer uma oferta ao Senhor. Cada um trouxe a Deus daquilo que possuíam. Caim ofertou do fruto da terra, visto que era lavrador; e Abel ofertou dos primogênitos da gordura de suas ovelhas, visto que era pastor.

Porém observamos que há aceitação e rejeição da parte de Deus. Caim é rejeitado juntamente com sua oferta. Já para Abel e sua oferta, houve aceitação divina. Mas por quê? Qual a diferença entre uma oferta e outra? Por que um recebeu aceitação enquanto o outro, não? 

Antes de respondermos a essas questões, devemos buscar conhecer mais acerca do que as Escrituras nos dizem sobre ambos os irmãos, quem sabe você não acabe encontrando uma resposta mais profunda sobre o tema? 

Bom. O convite está feito!

VOCÊ REALMENTE CONHECE CAIM?


Caim foi o primeiro filho de Adão. Seu nome significa aquisição e sua mãe, Eva, o considerava um presente de Deus (Gn 4.1). Talvez pensassem que este seria aquele que pisaria a cabeça da serpente, a alimária mais astuta de todo o jardim, responsável por tentá-los até à Queda (Gn 3.15).

A profissão de Caim era a de lavrador da terra (Gn 4.2), assim como a profissão de seu pai, Adão. Ambos lavraram a terra conforme a ordenança de Deus (Gn 1.26-28). A terra, mesmo amaldiçoada por conta da Queda, não negou-lhe os frutos que eram dignos do seu trabalho. Certamente não faltava terra boa e arável naquele tempo.

Mas o primeiro filho de Adão não era lá uma pessoa tão dócil como a princípio pudesse parecer. Ao ser rejeitado por Deus, irou-se profundamente e descaiu-lhe o seu semblante (Gn 4.5), sem dúvidas ele não sabia lidar com o sentimento de não ser o “número um”. Seu coração já havia sido entregue ao Diabo e suas obras eram más e injustas diante do Senhor (I Jo 3.12). Movido pelo ciúme e pelo ódio, Caim matou deliberadamente e sem provocação alguma a seu irmão, Abel. Nós sabemos, pois, que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele (I Jo 3.15). Seu amor era disfarçado e falso, presente na aparência mas não no coração. Ele amava por palavra, mas não por obras (I Jo 3.18). Caim não se fez do Maligno por matar seu irmão, Caim matou seu irmão porque já era do Maligno.

Seu caminho era insincero, lhe faltava verdade e humildade no coração. Dizia mal do que não conhecia e estava corrompido não apenas pela Queda, mas também pela sua própria vontade. Sua religião era falsa e não passava de uma mera aparência (Jd 1.10,11). Ele pensou que Deus estava em busca de adoração, mas na verdade Deus estava em busca de adoradores (Jo 4.23). Além de pegar o conselho de Deus e jogá-lo fora (Gn 4.7), ao ser exortado, Caim agiu com falsidade e mentira diante do Criador (Gn 4.9). Não confessou suas falhas a fim de alcançar misericórdia (Pv 28.13). Tal homem tinha tudo para ser uma benção, mas escolheu desonrar o nome que recebeu entregando sua vida às trevas.

Este é Caim, o primogênito de Adão. A Palavra nos mostra que Caim não é diferente de muitos que estão por aí, que insistem em andar em seus próprios caminhos, mas como nos escreveu o homem de Deus: “Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim” (Jd 1.11).

ABEL: JUSTO E PROFETA


Abel foi o segundo filho de Adão. Seu nome significa vaidade. Ao se tornar homem, escolheu por profissão ser pastor de ovelhas (Gn 4.2). Era o que ele fazia, dominava sobre os animais como Deus ordenara e, certamente o fazia com amor (Gn 1.26). Abel era dócil e compreensivo, em nenhum momento as Escrituras nos mostram ele censurando a Caim, seu irmão, por suas atitudes. Muito pelo contrário, quando Deus rejeitou a seu irmão, logo estava com ele -- certamente para o aconselhar e oferecer toda ajuda que podia (Gn 4.8). 

Abel amava Caim não apenas por palavras, mas também por obras, se fazendo presente logo após àquele momento difícil que Caim havia passado (I Jo 3.18). Ser rejeitado por Deus não é nada fácil. Sem dúvidas Abel sentia compaixão para com Caim, seu irmão. 

O evangelista João nos apresenta este homem não como outra pessoa qualquer, mas como um homem de obras justas diante de Deus (I Jo 3.12). Dizer que as obras de Abel eram justas significa dizer que ele agia, isto é, que ele vivia segundo um padrão que agradava a Deus. Trata-se de uma vida pautada em um caminho reto, santo e puro. Não somente João, mas o próprio Senhor Jesus, durante o seu ministério, testemunhou de Abel como homem justo diante dEle (Mt 23.35).

Abel era um homem de fé (Hb 11.4). Ele buscava agradar a Deus em tudo o que fazia e por isso, ao levar sua oferta ao Senhor, não levou do que lhe sobrava. Abel ofereceu o que de melhor ele tinha, não se tratava de qualquer gordura, não se tratava de qualquer animal -- ele ofereceu ao Senhor dos seus primogênitos (Gn 4.4), colocando Deus em primeiro lugar no seu coração, bem como deve ser (Mt 6.33). 

Durante a sua vida, mostrou que as aparências externas e a imputação que as pessoas lhe fazem -- e aqui, me refiro ao significado de seu nome -- não são absolutamente nada quando se escolhe servir ao Criador. Se tornou o primeiro mártir, morto por inveja. Mas não apenas isso, além de integrar a galeria dos heróis da fé, também integra a galeria dos profetas de Deus (Lc 11.50,51). Este é Abel, o Justo. Herói da fé. Mártir. Profeta. Servo do Deus Vivo.

UM POUCO SOBRE OFERTAS


Ofertar a Deus se refere ao ato de oferecer a Ele alguma coisa. Mas o que eu e você poderíamos oferecer ao Senhor que é dono de tudo e de todos? (At 17.24). Ele é o Criador do Universo, tudo o que nós vemos -- e até mesmo o que não vemos --  pertence a Ele (Gn 1.1; Jo 1.3). O que, portanto, eu e você poderíamos oferecer a Deus que já não pertencesse a Ele? Agora, te peço licença, querido leitor, para voltar à essa pergunta somente no final deste capítulo. No entanto, a resposta virá ao longo de cada um dos parágrafos a seguir. 

O texto de Gênesis, capítulo 4, nos traz a primeira oferta registrada feita ao Senhor. Caim e Abel se achegam diante de Deus, cada um trazendo consigo uma oferta. Caim, sendo lavrador, ofereceu daquilo que possuía: frutos da terra (v. 3). Já Abel, sendo pastor de ovelhas, ofereceu também do que possuía, trouxe ao Senhor dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (v. 4). 

O Criador rejeitou Caim e sua oferta. Aceitou, porém, Abel e sua oferta. Mas por quê? Uma oferta era melhor do que a outra? 

Alguns respondem a essas questões argumentando que o problema estava na oferta em si: "Deus não aceita o que vem da terra; se não há sangue, não há aceitação da parte de Deus" -- eles dizem. O problema é que esta argumentação é muito frágil. Talvez tenham se esquecido que os animais também vieram da terra, são pó e retornarão para ele. Inclusive, o próprio homem: nós viemos da terra, falamos da terra e pertencemos a terra, isto é, somos pó e haveremos de para ele retornar (Jo 3.31). 

Não somente isso, tal argumentação se mostra frágil ante o fato de que a própria Escritura nos traz ocasiões nas quais Deus aceitou a oferta de frutos da terra. Em várias passagens encontramos essa verdade. Em Levítico por exemplo, capítulo 2, verso 1º, podemos observar uma orientação do próprio Senhor acerca da oferta de manjares, na qual o ofertante traria flor de farinha, deitaria azeite e colocaria o incenso sobre ela. O sacerdote queimaria a oferta como memorial, “cheiro suave é ao Senhor” (Lv 2.2)

Para dizer o contrário ou há de ser ignorante quanto ao Pentateuco² ou há de se excluir tais passagens de suas bíblias. Em Êxodo, também podemos ler claramente acerca da oferta dos frutos da terra, diz o texto em seu capítulo 23, versículo 19: “As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus (...)”

Quanto à oferta pelo pecado, o sacerdote deveria oferecer um novilho sem defeito para expiação (Lv 4.3). Já os líderes de Israel, deveriam oferecer em oferta pelo pecado, um bode macho e sem mancha tirado de entre as cabras (Lv 4.22-26). Os israelitas comuns deveriam ofertar uma cabra ou cordeiro (Lv 4.27-35). Os pobres, aqueles que sequer tinham um cordeiro para ofertar, deviam trazer como oferta pelo pecado rolinhas ou pombos (Lv 5.7-10). Vejam, o cuidado do Senhor para com seu povo é tão grande que para o israelita realmente necessitado, este, poderia ofertar a décima parte de um efa de flor de farinha para expiação do pecado (Lv 5.11-13).

Dessa forma, como poderíamos dizer que Deus não aceita a oferta de frutos da terra? Como dizer tal cousa se a Sua própria Palavra diz exatamente o contrário? Para aquele que crê nas Sagradas Escrituras, apenas os textos mencionados já são mais do que suficientes para se entender que o problema da oferta de Caim não estava no fato de seu conteúdo ser constituído de frutos da terra, o motivo da rejeição não era esse. No entanto, deixarei ainda mais algumas citações, caso queiram se aprofundar um pouco mais no assunto: (Ex 34.22; Lv 2.14-16; 6.14.23; Nm 28.12,13).  

Crer que a rejeição de Deus a Caim se deu única e exclusivamente pelo conteúdo de sua oferta é o mesmo que crer que Deus, ao aceitar a oferta de Abel, o fez única e exclusivamente também pelo conteúdo desta. Mas isso não estaria correto, nem sempre Deus aceita a oferta de sangue. O sacrifício feito com intenção maligna, por exemplo, não é aceito diante de Deus (Pv 21.27). 

Em Isaías, capítulo 1º, Deus diz estar cansado dos holocaustos e sacrifícios dos israelitas, visto que de nada eram proveitosos. Deus chegou ao ponto de dizer que não se agradava do sangue de bodes, dos cordeiros e dos bezerros (v. 11). O Senhor compara os líderes de Jerusalém com os príncipes de Sodoma; e o povo, como cidadãos de Gomorra (v. 10). Por que Deus estava rejeitando a oferta de sangue? Por que rejeitou a Israel? O profeta Samuel já havia nos dado a resposta, nos ensinou que obedecer ao Senhor é melhor do que sacrificar (I Sm 15.22). De nada vale uma oferta de sangue se o coração do ofertante está agindo de forma insincera diante de Deus. O Senhor não aceita sacrifício hipócrita, para sermos aceitos se faz necessário aprendermos a fazer o bem e procurarmos o que é justo (Is 1.17).

Voltemos à pergunta inicial, o que poderíamos ofertar a Deus que já não pertencesse a Ele?

Deus deseja de nossa parte a obediência à sua Palavra, Ele quer corações sinceros e cheios de verdade diante dEle. O Senhor não deseja sacrifícios e holocaustos mais do que venhamos a conhecê-lo (cf. Os 6.6). O salmista nos advertiu para o fato de que, para Deus, o verdadeiro sacrifício e holocausto são um coração contrito e espírito quebrantado (Sl 51.16,17). Nenhuma oferta -- quer seja de sangue ou de frutos da terra -- será aceita por Deus se não houver fé da parte do ofertante. A Palavra nos diz que o que não é feito por fé é pecado (Rm 14.23). 

Deus, o Pai, procura os fiéis da terra. Aqueles que ofertam de forma enganosa e insincera não hão de ser aceitos por Ele (Sl 101.6,7). Deus busca em nossas vidas uma adoração verdadeira e não enganosa, feita no espírito e não na carne. Cheguemo-nos a Ele dessa forma e por meio da fé, somente assim é que seremos aceitos (Jo 4.23,24). 

Mas o que poderíamos de fato ofertar a Deus senão as nossas próprias vidas? Todo o resto já lhe pertence, no entanto, temos a oportunidade de escolher qual será o nosso senhor (Js 24.15). Se levarmos a Deus qualquer tipo de oferta insincera, nós não seremos aceitos. Não basta a oferta, Deus deseja o coração do ofertante. De nada adianta ofertar ao Senhor ao mesmo tempo em que também se serve a Mamom (Mt 6.24). Deus não aceita apenas uma parte do nosso coração, a nossa entrega tem de ser completa. Escolhamos, pois, tomar do cálice da Salvação. Escolhamos ofertar a Ele sacrifícios vivos de louvor, escolhamos ofertar nossas vidas por completo (Sl 116.12,19).

POR QUE "NÃO" PARA CAIM E SUA OFERTA?


Agora que já conhecemos melhor acerca de Caim (que era do Maligno) e Abel (o Justo), bem como sobre as ofertas -- quer sejam de sangue ou frutos da terra --, passaremos à análise de Gênesis 4. Tudo o que foi dito anteriormente se fez extremamente necessário para a sua compreensão dos versos nos quais iremos meditar. E a propósito, lembre-se: meditar é muito mais do que simplesmente ler. Cada detalhe é importante, cada informação é preciosa, cada palavra conta. Não demore-se, pegue logo sua Bíblia e encare essa jornada.

Também é importante enfatizar que o coração de Caim pertencia ao Maligno, ele era ciumento e suas obras eram más diante do Senhor. Abel era diferente, seu coração pertencia a Deus e suas obras eram justas e verdadeiras diante dEle (I Jo 3.12).

O versículo 2 do capítulo 4 do livro de Gênesis nos traz uma das informações fundamentais das quais muitas vezes são deixadas de lado. Como já mencionado anteriormente, Caim era lavrador da terra e Abel era pastor de ovelhas. Eis a primeira informação fundamental: cada um levou em oferta ao Criador aquilo que tinham para ofertar. 

Agora, atentemo-nos para outros detalhes. 

No verso 3 fica evidente que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor, ao contrário de Abel que trouxe das primícias, dos primogênitos das ovelhas e da sua gordura (v. 4). Essa é outra informação importante: Caim simplesmente fez uma oferta dos frutos da terra, já Abel, traz dos primogênitos, isto é, o melhor que ele tinha. Casualmente Caim fez uma oferta qualquer, Abel ofereceu das primícias, do que lhe era valioso e especial.

Nos versos  4 e 5 a aceitação de Deus se deu primeiro para Abel, ou seja, para a sua pessoa, para seu interior, para seu coração. De igual forma, a rejeição de Deus se deu primeiro para a pessoa de Caim, isto é, para o seu interior, para seu coração. Essa é outra informação muito relevante: Primeiro Deus aceitou a pessoa de Abel, só depois aceitou sua oferta. Da mesma forma, primeiro Deus rejeitou a pessoa de Caim, e só depois rejeitou a sua oferta.

No verso 7 o Senhor levanta uma questão para Caim, qual seja, “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti?” Observem que se trata da mesma advertência que o Senhor fez ao povo de Israel, quando suas ofertas de sangue foram rejeitadas por Ele. Deus disse pelo profeta Isaías, capítulo 1 verso 17: “Aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo” (...) Eis aqui outra informação relevante: Deus orientou tanto a Caim quanto a Israel a fazerem o bem a fim de que fossem aceitos. Observemos que Caim ofertou dos frutos da terra enquanto Israel ofertou do sangue de animais. Ambos não fizeram o bem em seus corações diante de Deus e por isso foram rejeitados. 

Outro ponto interessante é que Deus, ao orientar Caim, lhe informa que ao fazer o bem haveria aceitação para ele, isto é, aceitação para a pessoa de Caim, e não simplesmente para a sua oferta. 

Acredito que tudo já esteja claro, não?

CONCLUSÃO


Nada melhor que alguns textos da Palavra de Deus para que você mesmo tire suas conclusões. Até poderia escrever uma conclusão maior e bem trabalhada, porém, acredito que não seria tão proveitoso quanto encerrar com o que temos de mais precioso, as Sagradas Escrituras: 

  • "Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca" - Apocalipse 3.15,16
  • "De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor" - Isaías 1.11
  • "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom" - Mateus 6.24
  • "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo" - Isaías 1.16,17
  • "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti?" - Gênesis 4.7
  • "Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" - I Samuel 15.22
  • "Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor" - Salmos 116.12,13
  • "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus" - Salmos 51.17;
  • "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem" - João 4.23

NOTAS DE RODAPÉ


¹ Em Gênesis 2,4 “aparece pela primeira vez o Nome de JEOVÁ (YHWH), cujo sentido na tradição bíblica é “AQUELE-QUE-É”

² Pentateuco, refere-se aos primeiros 5 livros da Bíblia, também chamados de “A Lei” ou “Torá”.

REFERÊNCIAS:


Bíblia Sagrada - Almeida, Revista e Corrigida
Enciclopédia Bíblica Ilustrada, SBB - Mike Beaumont
Isaías, Deus Salva os Pecadores, CPAD - Raymond C. Ortlund Jr. 
Comentário Bíblico Beacon, Vol I, CPAD - George Herbert Livingston
Adoração, Santidade e Serviço, CPAD - Claudionor de Andrade
O Tabernáculo e a Igreja, CPAD - Abraão de Almeida
1, 2, 3 João, Hagnos - Hernandes Dias Lopes
O Caráter do Cristão, CPAD - Elinaldo Renovato de Lima
O Tabernáculo  - Sara Victalino Gueiros Dodd

5 comentários:

  1. A oferta de Abel Profeticamente relacionada ao sacrifício do Senhor. O cordeiro perfeito que se entregou, a oferta perfeita para dar ao homem a salvação.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Irmã Fernanda, a paz do Senhor. De fato a oferta de Abel apontava profeticamente para o sacrifício vicário de Jesus, mas este fato não enseja o motivo de Deus ter aceitado a sua oferta. Se Abel não ofertasse em sinceridade e verdade, Deus rejeitaria a sua oferta assim como rejeitou a oferta de seu irmão, Caim. Caso haja dúvidas, clique no ícone do WhatsApp que está localizado na parte superior da página e envie-nos uma mensagem. Que o Senhor continue lhe abençoando!

      Excluir
  2. Agradeço a Deus por ter falado comigo por meio desta publicação. Que Deus os abençoe!

    ResponderExcluir
  3. Aleluias, que possamos ofertar nossa vida, nosso coração ao Senhor e que está oferta seja recebida como um cheiro suave.

    ResponderExcluir
  4. Aleluias, que possamos ofertar nossa vida, nosso coração ao Senhor e que está oferta seja recebida como um cheiro suave.

    ResponderExcluir

Temas

Topo