O FRUTO DO ESPÍRITO

POR NILDO OLIVEIRA
O FRUTO DO ESPÍRITO

"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei." (Gálatas 5:22-23)

Nesta lição, estudaremos os 9 elementos que compõem o fruto do Espírito Santo.



1 - O FRUTO DO ESPÍRITO - AMOR 

O escritor começa sua exposição sobre o fruto do Espírito mencionando o amor. O amor tinha mesmo de aparecer em primeiro lugar, porque nenhum outro aspecto do fruto do Espírito é possível sem o amor.

A mais breve e melhor definição de amor é Deus, pois Deus é amor. O amor de Deus foi revelado à humanidade por Seu Filho, Jesus: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). “... (Jesus) tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1).

A quem Jesus amou tanto que se dispôs a dar a Sua própria vida por eles? A pessoas perfeitas? Não! Um de Seus discípulos negou-O; um outro, duvidou dEle; e três que pertenciam ao círculo mais íntimo de discípulos dormiram, enquanto Ele agonizava no jardim. Dois deles desejaram ocupar elevadas posições no Seu reino, e um deles tornou-se traidor. E, quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, alguns deles não acreditaram nisto. Não obstante, Ele os amou segundo a total potencialidade do Seu amor. Ele foi abandonado, traído, rejeitado e sofreu desgosto por causa deles, mas continuou amando-os!

Jesus quer que nos amemos uns aos outros, conforme Ele nos amou. “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15.12). Isso jamais teria sido possível, se contássemos somente com o limitado amor humano. Porém, quando o Espírito Santo desenvolve em nós um caráter parecido com o de Cristo, então aprendemos a amar como Ele amou.


2 - O FRUTO DO ESPÍRITO - ALEGRIA

A palavra “alegria”, nesse versículo das Escrituras, é tradução do vocábulo grego chara. É uma alegria cuja origem é Deus. Chara não indica uma alegria que se deriva de coisas terrenas, e, sim, que deriva do nosso relacionamento com Deus.

A palavra alegria (no grego chara) tem também o significado de calmo deleite e de grande satisfação, como uma das características da natureza do crente. Significa muito mais do que o sentimento momentâneo de felicidade. Essa alegria como fruto do Espírito não depende das circunstâncias externas, mas antes, é uma qualidade constante, sem importar a situação boa ou má que circula o crente, porquanto ela tem o seu alicerce em Deus.

O apóstolo Paulo quando escreveu a Epístola aos Filipenses, se encontrava no cárcere. Ele afirmou: “... aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Filipenses 4: 11 e 12). Quando escreveu essas palavras, Paulo estava na prisão, esperando ser julgado. Qual, pois, era a fonte do seu contentamento interior? A resposta é: o Espírito Santo. Ele é quem produzia o fruto da alegria na vida de Paulo. A base da alegria do apóstolo era o seu relacionamento com Jesus.


3 - O FRUTO DO ESPÍRITO - PAZ

Quando falamos na paz como um dos aspectos do fruto do Espírito, não estamos falando sobre o alívio momentâneo num instante de tranqüilidade no alto de uma colina, à beira de um lago ou à beira mar, ou em algum outro lugar de lazer. Também não estamos nos referindo às distrações ou passatempos, que desviam as nossas mentes por um breve tempo, das nossas preocupações e problemas. Também não estamos nos referindo à paz procurada nos consultórios de psicólogos, ou nas drogas e tranqüilizantes. Antes, estamos falando da paz que se desenvolve em nosso interior quando temos em nós a presença permanente do Espírito Santo. Essa paz pode ser experimentada na cozinha de nossos lares, na enfermaria de um hospital,
no escritório repleto de trabalho, ou em meio ao ruído das máquinas de uma fábrica! A paz dada pelo Espírito Santo é desenvolvida dentro de nós, não dependendo em coisa alguma daquilo que estiver ocorrendo ao nosso redor.

A paz outorgada pelo Espírito Santo refere-se a um estado ou condição de tranqüilidade (grande calma) ou quietude; fala de unidade e harmonia; de segurança ou confiança. Deus é o nosso abrigo e refúgio para nos proteger de todos os ataques do maligno. Podemos encontrar nEle perfeita paz e descanso. Essa é mensagem do Salmo 91.

Ora, todas essas condições são possíveis através do Espírito Santo. A paz, como um dos aspectos do fruto do Espírito é abundante! Flui livremente da fonte que é o Espírito de Deus, quando entregamos totalmente o nosso ser ao Seu controle.


4 - O FRUTO DO ESPÍRITO - PACIÊNCIA

O vocábulo grego original traduzido por “paciência” (na versão portuguesa usamos, em Gálatas 5.22, “longanimidade”) é makrothumia (vem de makros, que significa “longo” e thumia, “temperamento”, “natureza”, “índole”). A palavra original, pois, combina nas idéias de muita paciência e de um temperamento bem equilibrado, controlado por Deus. Em outras palavras, a pessoa em quem o Espírito Santo estiver produzindo o fruto da paciência aprende a esperar no Senhor sem perder a esperança, não admitindo derrotas e nem deixando-se dominar pela ira.

A paciência, como fruto do Espírito, capacita o crente a exercer o autocontrole (aquele que se contém) diante de qualquer provação. A paciência não se apressa em “ajustar as contas” ou em punir. Ao mesmo tempo, não se rende a circunstâncias difíceis e nem perde o controle sob provações que perdurem longo tempo.

A paciência está intimamente ligada ao sofrimento. Envolve perseverança ou resistência. Sem essa paciência haveríamos de desanimar em pouco tempo. Nas dificuldades é o que o Espírito produz em nós a paciência. Todos esses aspectos da paciência fazem parte do processo de desenvolvimento que vai nos moldando segundo a imagem de Cristo. Esse processo é abordado no trecho de 2 Pedro 1.5-8.


5 - O FRUTO DO ESPÍRITO - GENTILEZA

A gentileza, que nossa versão portuguesa traduz por benignidade, em Gálatas 5.22, vem do vocábulo grego chrestotes, que indica não só a bondade como uma qualidade da pureza, mas também como uma disposição graciosa no caráter e nas atitudes. Inclui a ternura, a compaixão e a doçura.

Cristo é o nosso grande exemplo de como devemos andar em amor... Jesus, a nossa grande Oferta pelo pecado. Ele deu-se de modo terno, compassivo e doce, porquanto nos amou. Jesus demonstrou, da maneira mais elevada possível o significado de alguém ser gentil e compassivo para com seus semelhantes.

6 - O FRUTO DO ESPÍRITO - BONDADE


A bondade, como fruto do Espírito, é uma tradução do termo grego que aparece por quatro vezes no Novo Testamento, a saber: agathosune.

Quando este termo é comparado com a palavra chrestotes, vemos que a bondade é a prática ou expressão da gentileza, consistindo em fazer aquilo que é bom. A palavra agathosune é usada somente nos escritos de Paulo, nos trechos bíblicos. (Romanos 15:14;  Gálatas 5:22; Efésios 5:9; Tessalonicenses 1:11)

Portanto, a bondade refere-se ao serviço que os crentes prestam uns aos outros, ao espírito de generosidade posto em ação sob a forma de serviço e doação. A bondade é o resultado natural da gentileza – aquela qualidade interior da ternura, da compaixão e da doçura. Tudo isso poderíamos resumir com a palavra amor. O amor é gentil. O amor é bondoso, sempre procurando ministrar para atender as necessidades de outras pessoas.


7 - O FRUTO DO ESPÍRITO - FIDELIDADE

Algumas traduções dizem fé, ao invés de fidelidade, como um dos aspectos do fruto do Espírito, em Gálatas 5.22. Porém, conforme veremos, a palavra fidelidade é a tradução mais exata. Em seu sentido mais amplo, a fé é a nossa inabalável crença em Deus e no evangelho, pelo que a fé é o tronco e não o fruto. O fruto do Espírito aparece como qualidades ou atributos; a fidelidade é o atributo daquele que tem fé.

A fidelidade, como fruto bendito do Espírito Santo, reveste-se de importância vital para o crente em seu relacionamento com Deus, com o próximo e consigo mesmo. Assim como a fé é a base de nossa crença e de nossa total comunhão com Jesus Cristo, também a fidelidade é a virtude que nos faz dignos de confiança, fazendo um crente uma pessoa em quem as demais possam confiar. Deus busca pessoas fiéis que andem com Ele e que O sirvam. “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá” (Sl 101.6)

O fruto da fidelidade produzido em nós pelo Espírito Santo, deveria afetar o nosso relacionamento com todos os que nos cercam. Deveríamos ser vistos como pessoas inteiramente dignas de confiança: quando falamos, quando agimos... conduzindo-nos de uma maneira que inspire confiança. O crente fiel deve manter a sua palavra, ser coerente em sua vida cristã e desenvolver hábitos agradáveis a Deus.


8 - O FRUTO DO ESPÍRITO - MANSIDÃO

A palavra mansidão, que aparece em Gálatas 5.23, vem do vocábulo grego praotes. De todos os atributos que estamos estudando, provavelmente esse seja o mais difícil de definir, porque estamos falando de uma atitude interior e não de algum ato externo.

A mansidão é o oposto do espírito violento. Consiste em moderação, paz e submissão, sem qualquer idéia de fraqueza ou sentimento de inferioridade. Nada há de covardia na mansidão. Na Bíblia vemos que ela está vinculada à coragem, à fortaleza e à resolução. Moisés era homem muito manso; mas, ao mesmo tempo, estava sempre pronto a agir em momentos difíceis.

Jesus era manso e humilde (Mateus 11.29); mas isso não significa que Ele fosse indiferente às coisas erradas. Em lição anterior vimos que quando certos negociantes estavam contaminando a casa de Deus, Ele fez um chicote de cordas e expulsou-os (João 2.15,16). À força, Jesus expulsou do templo os homens que o estavam profanando; mas, em uma outra ocasião, perdoou a uma mulher que fora apanhada em adultério (João 8.10,11). Jesus ilustrou como a mansidão, como fruto do Espírito é combinada com a força; portanto, ela nada tem a ver com a fraqueza.


9 - O FRUTO DO ESPÍRITO - DOMÍNIO PRÓPRIO

Faz parte do plano de Deus que, começando pela salvação, o crente seja levado a ter uma vida de autocontrole ou domínio próprio. “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente...” (Tt 2.11,12). O domínio próprio, como fruto do Espírito Santo, consiste em renegar a impiedade e os prazeres pecaminosos.

O termo grego original traduzido em nossa versão por “domínio próprio” é enkrateia, que em sua forma nominal aparece somente três vezes no Novo Testamento (Gálatas 5.22; Atos 24.25; 2 Pedro 1.6). 

A forma verbal do termo autocontrole é enkrateuomai, usada em 1 Coríntios 9.25 para descrever o rigoroso treinamento e disciplina comum aos atletas no seu esforço para ganhar o prêmio da competição. Paulo encorajou os crentes de Corinto desta maneira: “Correi de tal maneira que o alcanceis (o prêmio)” (v. 24). E o apóstolo prossegue, dizendo: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (vv. 26 e 27). Paulo, contudo, não estava aqui dizendo que se espancava com alguma vara, mas referia-se metaforicamente ao fato de manter o seu próprio corpo em sujeição, controlando os desejos que não agradassem a Deus.

Deus deseja que os crentes tenham vida bem equilibrada. Isso inclui o equilíbrio espiritual, físico, mental e emocional. Uma vida bem equilibrada é uma vida de temperança ou moderação. Essas palavras indicam que devemos evitar os extremos de comportamento ou de expressão, e permanecer nos limites normais.


CONCLUSÃO

O caráter de Jesus pode ser visto em você quando você está trabalhando na oficina? na estrada? no meio da multidão? O caráter de Cristo evidencia-se quando lhe são feitas exigências absurdas, quando as pessoas lhe fazem oposição, e quando você está sob adversidade? Você manifesta uma vida parecida com a de Cristo em meio a confusões e interrupções?

Nunca se esqueça de que contamos com um poderoso Ajudador em cada situação. À medida em que andarmos no Espírito, Ele nos ajudará a viver conforme Jesus viveu e a beleza de Cristo será vista em nós.



FONTE

1. Livro "Fruto do Espírito" do Pastor Antônio Gilberto da Silva;
2. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - CPAD Osiel Gomes.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Temas

Topo